25/11/2010

Em Florianópolis, transporte marítimo está encalhado

Em vez de pessoas, passaros tomam conta de trapiche
Discutidos há mais de 20 anos, os projetos de implantação de tranporte marítimo na região metropolitana da Capital estão engavetados. Segundo o Deter, só saem do papel com decisão política. Nos últimos dias, a prefeitura de Palhoça deu o primeiro passo para implantação de um sistema de transporte marítimo na cidade.

A proposta virou lei e, dentro de duas semanas, uma empresa poderá ser escolhida para operar os barcos, sem licitação, em caráter emergencial. Se sair do papel, a iniciativa, que ainda depende da autorização de outros órgãos, será uma exceção em uma corrente de projetos frustrados, que até agora naufragaram na região metropolitana da Capital. O motivo, em todos eles, foi semelhante: falta de vontade política.

O abandono do trapiche da Baia Sul, próximo ao CentroSul, hoje utilizado apenas por gaivotas, é uma prova material do descaso. As primeiras ideias surgiram no início da década de 1990. Em 1993, foi aprovada uma lei municipal que criava o transporte coletivo hidroviário na Capital, operado pela iniciativa privada.
No mesmo ano, o Departamento Estadual de Terminais Rodoviários (Deter) homologou a contratação de uma empresa para operar o sistema, que ligava Florianópolis às cidades vizinhas, a partir do trapiche. Porém, por falta de entendimento entre o governo estadual e a empresa, sobre quem iria construir os terminais de embarque e desembarque, o projeto afundou.


Muito dinheiro, pouca ação

Após o episódio, o Deter se empenhou em estudar a viabilidade financeira, econômica e técnica para o sistema na região metropolitana. Em 2002, a proposta eram 11 embarcações, com capacidade para 125 pessoas, com ligações entre Palhoça, São José, Biguaçu e Florianópolis. A infraestrutura seria bancada pelo governo. Porém, a tarifa seria mais cara que a do transporte viário, o que não atraiu a iniciativa privada.
Nos anos seguintes, outro estudo foi feito, agora testando duas linhas, entre a Capital, São José e Biguaçu, com investimento estimado de R$ 35 milhões, incluindo a estrutura necessária. O projeto segue engavetado.


Governo é quem decide
Segundo o diretor de transportes do Deter, Ademir Machado, o assunto "não foi adiante" no órgão. Para Ademir, existe viabilidade para o transporte marítimo, mas falta voltade política. O diretor diz que o transporte rodoviário está muito "estruturado" na região, com 45 empresas e uma frota total superior a 2000 veículos. - Isso é uma decisão política. Tem que ter parceria público-privada, com subsídio do governo - explica.

O secretário de transportes da Capital, João Batista Nunes, conta que no início deste ano foi montada um grupo de técnicos para elaborar um novo projeto, visando a licitação do tranporte marítimo na cidade. Não tem prazo para conclusão dos trabalhos. - O projeto do Deter está ultrapassado. Temos que buscar a viabilidade econômica - defende.

Relembre aqui a matéria do Blog sobre o I Seminário sobre Transporte Maritimo em Florianópolis.


Fonte: Diário Catarinense     Divulgação: No Trajeto

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